Alguém me recordou que uma boa razäo para näo curtir o Natal é dada pela hipocrisia que se amontoa em redor dos dias 24/25 de Dezembro. Era o meu ponto de vista e, como alguma vez na vida optei pelo advocatus diaboli (ver as coisas do outro lado, é ver mais das coisas), pensei: e, se extendessemos (estender? extender?) essa hipocrisia a todos os outros dias do ano? Se todos os dias optássemos pelo "deixar para trás", optássemos pela decisäo de colocarmos uma máscara conciliadora em vez de rebater coisas desestruturadas (essa coisa de rebater muito uma questäo acaba por quebrar-lhe a estrutura, ficam questöes sem espinha dorsal, sem porquê - die Rose blüht und sie kennt kein Warum, em portugues: a rosa floresce porque näo tem porquê, recordou Borges - ... estou em recordacöes hoje, está visto).
Entre as muitas coisas da vida que näo teem porquê (digamos assim: se elas tivessem ou tiverem um porque convém a gente ocultá-lo e esquece-lo): o amor e a paixäo, a amizade - tem condicöes a amizade, näo sou amigo de näo importa quem, mas näo tem porquê - e a poesia, a vida.
P.S.
Poderia dedicar esta coisa a um colega e cyber-amigo meu (a propósito dedicar alguma coisa a alguém é compartilhar alguma coisa com alguém, que pode ser um sorriso ou uma lágrima).
Sarah Silverman: give the jew girl toys
On the road again:
Robert Putnam: Bowling Alone
George Santayana: "Those who cannot remember the past are condemned to repeat it."
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