O sonhar será na sua totalidade um pouco de regressäo às condicöes mais remotas do sonhador, um reviver da sua infancia, das motivacöes que aí haviam dominado e das formas de expressäo que estavam à disposicäo. Por trás desta infancia individual é-nos prometido um vislumbre na infancia filogenética, na evolucäo da humanidade, da qual aquela de cada um é de facto uma repeticäo acurtada, influenciada pelas casualidades das condicöes do viver. Entrevemos, como säo precisas as palavras de Fr. Nietzsche, que no sonho "se pratica uma ancestral pecita da humanidade, à qual näo podemos aceder de forma directa" e somos induzidos à esperanca, de através da análise dos sonhos chegar ao conhecimento da heranca arcaica do ser humano, conhecer aquilo que nele é espiritualmente nato.
S. Freud: A interpretacäo dos sonhos