quinta-feira, 17 de julho de 2008

Athene noctua

A coruja (o simbolo do pensamento metafisico na Europa antiga) simboliza o envelhecer do mundo, que resultou das primeiras culturas em redor do Mediterraneo; representa uma forma de observar, para a qual, tanto no bem como no mal sempre tem sido demasiado tarde.(...) No ultimo saber estäo lacradas as ultimas palavras das coisas e estäo depostas as suas necrologias.
Peter Sloterdijk: Kopernikanische Mobilmachung und
ptolemäische Abrüstung (mobilizacäo copernicana e desarmamento ptolemaico)

Dizia Schrödinger que a vida é um estado de desequilibrio (o equilibrio seria e é a morte). O "ultimo saber" de Sloterdijk é um livro escrito no Impossivel, algo que nos seduz por näo existir, näo podendo também näo ser imaginado. É o olhar estupefacto da coruja, aquela que ve na noite (mais correctamente do mocho-galego, da Athene noctua), companheira da insuperável Athena, deusa da sabedoria. É quicas, o que o cosmopolitismo popular expressou posteriorment num proverbio, "levar corujas para Atenas" (fazer algo inutil).

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