quinta-feira, 24 de abril de 2008

syn-ästhetics

definiu-se a consciencia, o facto de "ter conhecimento de qualquer coisa", como o especificamente "humano". Desde Bergson, melhor desde a fenomenologia husserliana (o que nos interessa e o que nos é acessivel é aquilo que "aparece", que se manifesta), mesmo desde o perspectivismo nietzscheniano (por mais que existisse uma arvore em si, nós temos acesso somente a perspectivas distintas de uma mesma coisa de uma mesma ideia - quanto mais multiplo ou desdobrado o numero de perspectivas mais proximos da "coisa em si"), se desconfia que o consciente (o ser ciente de) consiste exactamente no oposto, näo no ter conheceimento, mas no seleccionar do "a näo ser conhecido", näo é um acto productivo mas um acto eliminatório.
Mais recentemente Oliver Sacks (O Homem que confundia a sua mulher com um chapéu), narrou diversos casos de clientes/pacientes seus, que manifestaram simptomas de savants ou syn-estéticos, memorizando sequencias infinitas, listas enormes, detalhes de paisagens que haviam visto em segundos, livros que haviam lido em minutos.
Syn-estético é alguém em que os dados dos sentidos säo perceptos por um sentido menos usual, como os sons que provocam imagens.
Muitos desses savants converteram-se em tais depois de um acidente, uma lesäo cerebral que havia danificado os filtros que William Blake menciona no célebre "If the doors of perception were cleansed every thing would appear to man as it is, infinite" (Se os portais da percepcäo fossem limpos, cada coisa apareceria ao ser humano como ela é, infinita).
Digamos, para os efeitos aqui intencionados, que esses "portais" säo a diferenca especifica humana, aquilo que distingue o ser humano de todos os outros seres. Seria coerente entäo afirmar que o extremamente humano seria a filtragem total?
Será a arvore mais humana por melhor filtrar a visualizacäo e a audicäo?

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syn-ästhetics
Oliver Sacks: The Man Who Mistook His Wife For a Hat, 1990

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